sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fiz música Caio!

Caros criticos.

Há tempos ando praticando minhas habilidades, muito questionáveis digasse de passagem, no violão. Passei algum tempo em crise por causa que todo dia ia dormir e via meu violão sem corda, melancólico, em um canto. Porra, o instrumento parecia vociferar quase palavras de ódio e rancor contra mim, pelo estado em que eu deixara ele.
Então, eis que aparece um bendito trocado de um trabalho já esquecido e consegui devolver uma parte da alma daquele violão, e da minha também. E agora voltamos nosso namoro de Rés, Dós Sustenidos e Mi menores. Somos um dupla entanto, acabamos com um ouvido de qualquer pessoa sã em minutos. Se for músico, não passa nem dos centésimos. Somos muito mais que namorados, dupla ou agentes do caos musical. Cúmplices nos tornamos depois que ele aceitou meu pedido de desculpas com um encordamento novinho, bendito capitalismo tira e dá toda hora.
Mas, esse tema de melancolia de um violão sem cordas fica pra próxima, pois não é que ai quero chegar hoje. Comprei também aqueles guias práticos pra tocar violão - sim além de desalmado musicalmente, sou muito chinelo - e desenvolvo cada vez mais minhas técnicas. Me empolguei e decidi que devia compor, sim, sim. Pensei em fazer algo Cazuza ou falar sobre rotina e desemprego no capitalismo - meio Cazuza também não? - mas parecia algo idiota, simplesmente. Tentar se basear e subestimar um poeta brasileiro era megalomania demais, só porque tinha comprado cordas novas e aprendido pestanas diferentes. Queria ser um pouco mais drástico nesta reestréia, pois a vida é sempre reestréia haney, ou faria algo apertando alguma ferida crucis da vida ao estilo Caio F. e Clarice ou quem sabe alguma homenagem de peito e alma. Como vivo fazendo homenagens à amigos vivos, decidi fazer para quem já se foi faz tempo, alías nem conheci o homem. Compus algo para Caio Fernando de Abreu, e o negócio saiu bom, meio cuspido meio bom grado, pois doía um pouco falar sobre alguém que causou alguma diferença só que nunca conhecera, então quando cantei e toquei aquelas notas com aquela viola, tinha a ideia de fazer como se fosse uma mensagem para o além ou pro outro lado, qualquer coisa póstuma que tolos como nós acreditam. Se é verdade, a minha curiosidade vive conversando comigo sobre isso, mas acho que quero mais tempo pra descobrir.
Obrigado Caio por deixar aqueles livros, por mais que tenha doído muito para completá-los, agora entendo.

Dionysius M.