quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Pacóvio

Rasga em diante toda dissimilitude descabida,
destronada,
mal feita,
assanhada,
na maior súcia inflamada de sua casa.

Ri alto, vira olhos, abres braços,
um rubicundo de estranhas falácias,
falésias,
falsárias,
no umbral adequado ao facínora elegante.

-Deixe para minha sagacidade insana, tal maneio.

Não, pois:
rasga mal,
ri falésias,
expõe toda malfadada corrupção;
na plissada sanha da face.

Retrato do ardor, ardil ator,
Rabisco pungente desse infeliz,
Rotundo roedor de elogios,
Ríspido olhar fendido, frugal.

-Deixe pela minha sagacidade febril, teu maneio.

Lúdico vindo de sua pérfida opulência,
incoerente ao aval do imbecil.

Dionysius Mattos

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Falsa Valsa.

Estridente ao soar,

fina flor de Abril.


Outra peça, outro azar,

a cortina se abriu.


Um Pierrot...

Um Arlequim...

Coro cantou

em mandarim.


És esquina do amanhã,

o concreto que rachou.


E são as faces, tantas faces

no escuro desse show.


Um imã...

Um Egum...

Olhos vazios

pra qualquer um.


Marca o compasso,

um pra lá dois pra cá.

E na via Láctea nosso espaço pra dançar.

Ouça minha voz,

a se propagar

em todo esse espaço que há.


É tão calmo esse horror,

falso frio da primavera.


Se me inibe como for,

então se livre dessa terra.


Um pierrot...

Oh Arlequim...

Verga a dor

presente e sem fim.


Nessa sala vazia

a rodopiar,

imaginando você em mim abraçado ao ar.

No toca disco,

repetindo sem parar

essa valsa que compus e voce não ouvirá...

Dionysius Mattos

Agrenda

Agressão,
muito mais claro.
Engendra,
o próprio descaso.

Poesia,
vou lhe agredir.

Beleza,
poder do falso âmago.

queira meu terrível vilão, seu rebanho.